quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tesouros passados

Há uma obra de ficção incompleta que C. S. Lewis escreveu na juventude. É sobre um rapaz de 14 ou 15 anos, “que ocultara um tesouro especial num canto escuro de seu quarto. Quando se ajoelhava nesse canto, especialmente em um dia muito ‘solitário’, podia ouvir os ventos rodopiando em torno das entranhas da casa. Seu tesouro era uma pilha irregular de papéis – canções, peças e histórias. Era tudo o que ele tentara escrever durante os anos de juventude. Por baixo dos papéis, agora desbotados com os anos, havia muitos desenhos que fizera antes de saber escrever. Além de seus escritos e desenhos havia outras coisas – caixas de tintas, gravuras extraídas de anuários para meninos, um pequeno número de livros proibidos e, quando os fundos permitiam, cigarros. Esse detrito compunha o tesouro do rapaz,
  “minha religião: pois era meu passado, e o passado era tudo o que eu já tornara meu.”'



Retirado de Tolkien e C. S. Lewis, O Dom da Amizade, de Colin Duriez

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