segunda-feira, 30 de julho de 2012

Resenha - Nas Montanhas da Loucura


O cenário é o gelado Continente Antártico, fascinante e indescritível, que dominava muitos dos anseios de Lovecraft. Foi na desolação branca que o autor incorporou muitas de suas criaturas bizarras, dando origem à uma história completa, surpreendente e desesperadora.

Criaturas Ancestrais
As coisas ancestrais, os medonhos shoggoths, galerias subterrâneas de terror de éons passados, e abismos e platôs infernais dão corpo a primeira e única novela com mais de 100 páginas de H. P. Lovecraft, Nas Montanhas da Loucura.
Por ser mais extensa, Lovecraft abusa do seu metódico estilo de escrita, com incontáveis descrições e detalhes de todo o ambiente. É a obra de maior aproximação do gênero de ficção científica, mas sem deixar de lado o sobrenatural e as invocações extraordinárias.


A história é narrada em primeira pessoa, pelo ensandecido geólogo William Dyer, que descobre que uma nova expedição está se preparando para ir à Antártica; mediante o fato, resolve expor todos os terrores que lá passou, a fim de impedir essa nova busca, e manter a paz no mundo.

O ambiente é a Antártica, e Dyer relata os acontecimentos de sua expedição científica ao continente. Logo são feitas descobertas intrigantes e novas buscas revelam a possível existência de coisas alienígenas.
 Em busca de respostas ao achado e a um massacre ocorrido no acampamento, Dyer e seu colega Danforth exploram a área de avião – e decidem por fazer uma busca do outro lado das montanhas abissais, que forneciam a base para o acampamento. E é nessa exploração que as maiores descobertas são feitas.

Com muitos detalhes, acompanhamos a descoberta de uma cidade ancestral, de proporções magníficas, construções geométricas e incontáveis túneis e galerias subterrâneas. Por um bom tempo, Lovecraft se detém na descrição da horrenda cidade e as deduções dos exploradores – sobre os antigos moradores do local – que datavam de 500 mil anos atrás, no mínimo. São feitas algumas citações das ilustrações de Nikolai Rerikh e também sobre Poe. Por um certo período, a narrativa fica maçante, e com amplo uso de termos técnicos.
Pintura de Nikolai Rerikh

É depois da página 100 que a história toma um novo fôlego e se torna realmente curiosa e quase agonizante. O narrador e Danforth entram em confins da cidade, e encontram rastros de vida. De fato, encontram colônias de seres jamais vistos antes, porém, inofensivos. Mas encontram outras coisas mais indescritíveis e ameaçadoras também. Descobrem outras formas de vida – certamente, alguma Criatura Ancestral – na beira do Abismo do mundo e mais, se deparam com terrores vindos das profundezas dos cosmos, criações imundas que apenas uma mente doentia é capaz de lembrar ou imaginar. E no final, o horrendo grito inumano fica ecoando na nossa cabeça: “Tekeli-li! Tekeli-li!”.

É uma história fundamental que apresenta seus laços com as outras obras de Lovecraft, elucidando maiores detalhes sobre os Antigos e a criação dos Shoggoths, bem como uma teoria sobre a criação na vida da Terra, e em certo momento, questionamentos existencialistas.

E como toda boa obra da Editora Hedra, o livro ainda consta com um Apêndice, que apresenta uma carta do autor e a tradução de um soneto de Fungos de Yoggoth.



Nas Montanhas da Loucura
H. P. Lovecraft
Ed. hedra
130 páginas

quarta-feira, 25 de julho de 2012

25 de Julho, Dia do Escritor


Parabéns então a todos que se aventuram pelas letras mundo afora. 
Tem os que escrevem profissionalmente, os que escrevem para serem profissionais; tem os que escrevem por obrigação, ou por mera distração; ou que escrevem assim, almejando algum segredo íntimo, ou que escrevem para chocar o mundo.
Seja como for, escrever é bom e faz crescer. Faz viajar, criar, imaginar...
escrever é amar.
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