sábado, 13 de agosto de 2011

México Rebelde - os camponeses pegam em armas


         A situação mexicana era de caos e desordem. Generais confiscavam as terras e as administravam de seus próprios modos. Pobreza. Camponeses sem terras. Revolucionários, e entre eles, Pancho Villa.
         A Revolução mexicana de 1910 estava a toda quando John Reed, jornalista e revolucionário americano, foi enviado por um influente jornal para fazer a cobertura dos acontecimentos históricos.
John então convive com os mexicanos durante todo o desenrolar da revolução, e desnuda seus anseios por um país mais justo. Retrata a pobreza daqueles camponeses, que como uma última esperança, agarram-se na ideia da revolução e entregam seu sangue e vida por ela, em atos de coragem e amor aos companheiros, atirando-se em batalhas sanguentas e brutas como a ultima alternativa para uma vida mais digna.

Uma edição meio velhinha...
         Entre esses revolucionários, destaca-se a figura de Pancho Villa. Líder amado, outras vezes temido, mas fundamental para o sucesso dos camponeses. Ainda hoje Pancho é lembrado por suas táticas irreverentes de ataque, que teve de inventar pois nunca teve conhecimento de estratégia militar, e as abominava e desdenhava. Foi o inventor das marchas relâmpago da cavalaria e do ataque noturno no México. Atacava de forma sem precedente no país. Chegou a capturar um trem de carga dos federais, e mandava cartas ao general federal em nome do antigo comandante do trem, para não levantar suspeitas e atravessar uma grande distância com sua tropa. Chegou ao destino sem ser descoberto e fez um ataque totalmente inesperado. Em três anos, ele saiu da obscuridade e chegou à posição mais destacada do México. Mesmo assim, não tinha ganâncias para de tornar presidente, como muitos achariam normal. Dizia que um homem inculto não deve dirigir seu povo, que não saberia lidar com os homens do congresso, que não era educado e nem sabia ler. Reconhecia a falta de capacidade para o cargo: “sou um guerreiro, não um homem de Estado”. E era essa simplicidade e obstinação que fazem a figura de Pancho uma das mais notáveis que o México já lançou.


         Reed se dedica ao mostrar os caminhos políticos que o país estava levando. Faz isso com seriedade, e o mais importante, verdade. Mostra o ponto de vista da população, e luta com eles na frente de batalha, se entregando aos ideais dos mexicanos. Narra cenas de puro horror, homens despedaçados e ainda esperançosos. Tudo o que aquela gente queria era que a revolução vencesse, e era um sentimento profundo que se alastrou pelo país.  Em contrapartida, mostram-se um povo alegre nos momentos de “calmaria”, que enfrenta os problemas de frente, gente valorosa e de muito bom humor, que aproveitava as noites para fazer festa (e pelear, também) e apreciavam uma roda em volta da fogueira para cantar versos rimados de amor e revolução. O modo como eles acreditavam em Villa, no país e num futuro melhor às vezes emociona na narrativa de Reed, e a gente sente como se quisesse poder ter lutado também...

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