terça-feira, 31 de agosto de 2010

Das melhores coisas...

Esses dias li uma antologia da Martha Medeiros! que maravilha de livreto! o escolhido foi "Topless", com uns 50 contos de uma das melhores escritoras gaúchas, publicados na Zero Hora entre abril de 1995 e junho de 1997. Apesar de já fazer mais de 10 anos, muitos dos temas tratados continuam atuais. Todos os textos têm um padrão de 3 páginas, o que torna-os bem rápidos de ler, mas o melhor é saber da opinião da autora, compartilhar de várias, se encantar com muitas outras, se emocionar com tantas. Ela sempre usa um tom direto, mas nada agressivo, sempre termina com uma frase chave no contexto, e se expressa muito bem, como era de se esperar pra uma mulher experiente na arte de escrever como ela. Sem mais delongas, vai ficar aqui um texto dela, que não está nessa coleção, mas que define bem o estilo. Bom proveito, afinal, bom é aproveitar das coisas boas!


(Salvador Dalí)

SIMPLICIDADE
Martha Medeiros

Cada semana, uma novidade.A última foi que pizza previne câncer do esôfago.Acho a maior graça.Tomate previne isso,cebola previne aquilo,chocolate faz bem,chocolate faz mal,um cálice diário de vinho não tem problema,qualquer gole de álcool é nocivo,tome água em abundância,mas,peraí,não exagere...

Diante desta profusão de descobertas,acho mais seguro não mudar de hábitos.Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.Prazer faz muito bem.Dormir me deixa O Km. Ler um bom livro,faz-me sentir novo em folha.Viajar me deixa tenso antes de embarcar,mas,depois,rejuvenesço uns cinco anos!

Viagens aéreas não me incham as pernas;incham-me o cérebro,volto cheio de idéias!Brigar, me provoca arritmia cardíaca.Ver pessoas tendo acesso de estupidez,me embrulha o estômago!Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano...

E telejornais...Os médicos deveriam proibir...como doem!

Caminhar faz bem,namorar faz bem,dançar faz bem,ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo faz muito bem:você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.Acordar de manhã arrependido do que fez ontem à noite,isso sim,é prejudicial à saúde.E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas,pior ainda.Não pedir perdão pelas nossas mancadas,dá câncer,guardar mágoas,ser pessimista,preconceituoso ou falso moralista,não há tomate ou muzzarela que previna!

Ir ao cinema,conseguir um lugar central nas fileiras do fundo,não ter ninguém atrapalhando sua visão,nenhum celular tocando e o filme ser espetacular,UAU!!Cinema é melhor pra saúde do que pipoca.Conversa é melhor do que piada.Exercício é melhor do que cirurgia.Humor é melhor do que rancor.Amigos são melhores do que gente influente.Economia é melhor do que dívida.Pergunta é melhor do que dúvida.Sonhar é muito melhor do que nada.


(retirado daqui!)

E você, o que achou???

Tentando falar de Shakespeare...

"A indústria de Shakespeare nunca aferrece, quase cinco séculos depois de seu nascimento - ou do nascimento daquele que usou o nome Shakespeare para assinar-lhe a obra. [...] Sua vida e obra continuam a provocar os mais diversos estudos e interpretações." Esse pequeno texto, um pouquinho resumido, tirei da revista Entre Livros nº 30. Já dá uma noção sobre a complexidade do autor em questão. Eu, até agora, só li uma obra, que me foi recomendada, e eu adorei: A Megera Domada. E sempre que me falam de Shakespeare, notam para a tradução de Millôr Fernandes, que dizem, traduz de forma espetacular e sem igual. Fica a dica.

O livro, em formato pocket, de 130 páginas, da L&PM, se apresenta como uma peça de teatro, pois era assim que o autor escrevia, pois ele era um dramaturgo. Nessa peça é narrada a história de dois jovens, Lucêncio e Trânio, que saem de Pisa e se dirigem a Pádua (Itália). Mas lá Lucêncio se apaixona pela jovem Bianca, porém seu pai somente vai conceder a mão da filha após o casamento da irmã mais velha, Catarina, famosa pelo seu mau humor e sua estupidez. Então Petrúquio entra em cena, e entre os planos dos tantos personagens, Petrúquio se encarrega de casar com Catarina. E rende uma história de amor, entre muito humor e sarcasmo, e o final dá uma cena e tanto. A obra é um tanto quanto machista, mas esperar conceitos revolucionários em 1600 é querer demais. Embora a quantidade de personagens e seus nomes parecidos confundam, no contexto geral, é uma leitura muito agradável e rápida, mesmo com uma linguagem austera. Fiquei com vontade de ler mais Shakespeare!


Como eu gosto de deixar aqui:
The Complete Works...


(Obra - pintura- atribuída a John Taylor)

O que literatura tem a ver com política?

Nesse caso, NADA.

Sendo bem direta: não entendo nada de política. Mesmo. Mal sei quem foi Che Guevara, assim como 94% das pessoas que usam adereços com o rosto dele estampado. E nem vou ficar de blábláblá sobre a minha ignorância no assunto, pq falar sobre algo que não sabe chega a ser antagônico. Só que adorei a nossa quemsabeprovaveltomaraquenãofutura presidente resenhando sobre o livro que ela leu. Muito interessante, dica de leitura pra todos!!!

(depois de meia hora...)

Bom, vou deixar o link pro YT, pq não consegui baixar o video :P

o/ (aqui vai pro vídeo)

Acessem aí, é bizarro!!

sábado, 28 de agosto de 2010

Um Clássico bem breve!

F. Fitzgerald já é literatura básica, tá em qualquer lista de "próximos", como é o meu caso, se já não está na lista de "lidos", como pode ser o teu caso. Mas a minha ignorância me fez comprar esse livro: O Curioso Caso de Benjamim Button. Além do caso, o livro também tem de curioso sua forma de apresentação: quadrinhos! Disse "ignorância" porque no momento não li a capa direito (ele estava fechado), onde diz "adaptação de...". Bem, tratando em miúdos: O Curioso Caso de Benjamim Button é do tal de Fitzgerald, escrito em 1922, inspirado em uma obsrvação de Mark Twain, que afirmava que a melhor parte da vida está em seu início, e a pior parte, já no fim - "Imagine como seria esperar pelos 18 anos, e não pelos 80!", indagava Twain. Este livro conta a tragetória de vida do personagem, que nasce com 70 anos, em 1860, e morre em 1930, ou seja, bebê. Sim, Benjamim tem a vida inversa, rejuvenesce a cada dia que passa! Claro que não dá pra fazer uma analise muito profunda a partir do meu exemplar, mas é divertido e foi o primeiro -e único, até agora - livro que eu li em uma noite! =D Olhem que bonito, capa e inteiror:





(digitalização caseira dá nisso :P)

Então: o livro é adaptado da obra original F. Fitzgerald, de mesmo nome, que inclusive ganhou vida no cinema, em 2008 ou 2009, não sei. Mas foi bem falado, com Brad Pitt e Cate Blanchet! A adaptação foi feita por Nunzio DeFilippis e Christina Weir, com ilustrações de Kevin Cornell. Além de suave de se ler, bonito de se ver!!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tirinhas Literárias



Encontrei essas tirinhas literárias, tem umas mt boas, pena que aqui ficaram meio ruins de se ler, mas fica melhor direto na fonte: Rato de Sebo

sábado, 21 de agosto de 2010

Um dia, mais do que um dia.


"Então eu comecei a perceber que acordar é mais do que simplismente abrir os olhos. É prova de amor."

Vanessa Dalla, 21/08/2010, madrugada.



Assassinatos na Rua Morgue e outros contos - Edgar Allan Poe


Qualquer pessoa que cultue um bom gosto pela leitura deve se remeter à literatura do século XIX, mais precisamente à Edgar Allan Poe. Ora, basicamente, porque foi aí que nasceu o romance policial, e é sempre gostoso saber onde nasceram as coisas. Poa nasceu em 1809 e viveu até 1849. Esse tempo curto de vida foi suficiente para a produção de inúmeros contos e histórias macabros, que lhe renderam muita fama durante a vida e após ela. Seus textos revelam uma obsessão neurótica e atormentada pela morte e pela violência, e a apreciação dos belos -ainda que trágicos - mistérios da vida.

Essa antologia da L&PM Pocket é fantástica, mostra toda a perversidade e sagacidade de Poe. Perversidade essa que é tema principal do primeiro conto selecionado. Bom conto, mas nem tão empolgante assim, embora que sua linha psicológica nos faça analisar algumas situações com outro ângulo; ele diz que temos, como seres humanos, atração por tudo o que pode ser perigoso, trágico, inclusive por coisas que possam por um vim na nossa vida. Essas coisas nos são instigantes, justamente por esse sentimento de perversidade, que se não soubermos controlar dentro de nós, adeus. E a perversidade é algo intrínseco dos humanos. Quem nunca se pegou numa situação em que não podia fazer algo, mas a perversidade lhe dizia que devia? Bem, o narrador-personagem dá inúmeros e bons exemplos, inclusive o de sua própria história de vida, e como foi parar atrás das grades. Tudo, diz ele, culpa do "Demônio da Perversidade".

O próximo, "Hop-Frog e os oito orangotangos acorrentados", é narrado em 3ª pessoa e trata da ridicularização e humilhação sofridas por um anão na corte do Rei, que exigia que o pobre anão exibisse um comportamento de bobo da corte, sofrendo todas as consequências, tudo para satisfazer seu humor ácido e atroz. Mas o anão acaba por se demonstrar mais eserto que um simples bobo, e na primeira oportunidade engana o Rei e seus comparsas num plano maquiavélico e faz de sua vingança um espetáculo à parte.

O sombrio "Os fatos que envolveram o caso de Mr. Valdemar" trata das experiências hipnóticas do narrador, que experimentaria, pela primeira vez, a hipnose in articulo mortis¹. O objetivo do estudo era, entre outros, ver até onde e por quanto tempo a morte poderia ser interrompida de um doente terminal. É uma história mórbida e nauseante. O próximo "O gato preto", é um conto gótico, cheio de superstições e assombrações, onde vemos a decomposição de um caráter humanizado para o de um monstro, e suas terríveis consequências, ultrapassando qualquer limite de sanidade mental. Muito bom, muito bom. Já o satírico "Nunca aposte sua cabeça com o Diabo" traz o relato da vida de um jovem, que por qualquer coisa adorava "apostar a cabeça", crente de que ao corpo ela estava bem presa. Não ouvia os conselhos do amigo-narrador, e em qualquer situação em que uma aposta fosse cabível, ele lá apostava. Até que, em um momento de insistência (e confuso, confesso), ele apostou a cabeça pela última vez. E a perdeu.

E no final vem o conto que dá nome à coleção, o detetivesco "Assassinatos na Rua Morgue". É brilhante e possui um raciocínio lógico de deslumbrar - dentro do fantasioso, claro. A parte sanguinária do conto é de arrepiar, e o desenvolvimento das investigações, feitas por um sugeito de sagacidade impecável, é de abrir os olhos. É rico em detalhes e a primeira parte traz um pouco de análise psicológica - tudo para introduzir o leitor no ambiente e se habituar com estilo de raciocínio de quem vai ser nosso detetive, portador de uma mente incomum.
Não dá para negar que a mente de Poe é brilhante. Você pode não se adaptar ao estilo, ou não gostar dessas histórias sobre corpos despedaçados, mas o trabalho com a psique é digno de análise freudiana. Os confins da mente humana são abordados, sempre trazendo à tona o lado mais sombrio, sagaz, perturbado, obscuro, com detalhes condenáveis pelo senso comum, que dão ao texto maior profundidade e expectativa. Lembrando que são contos, histórias curtas, por isso esse cuidado em introduzir o leitor no que está acontecendo e o instigando a ver tudo por esse lado, o do trabalho da mente. Não é à toa que Poe é reverenciado até hoje, vista a abertura que deixou para a literatura desenvolver os temas de mistério, detetivesco, gótico, etc., com obras tão significativas e gratificantes de se ler.


¹. No momento da morte, em latin, no original.

Site legal sobre Poe, com link para os contos (em inglês): Literature

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Leitura esporádica


Venho aqui compartilhar e dar a sugestão de uma leitura, que eu estou fazendo aos poucos, mais para descansar e acalmar a alma, mesmo.
O livro é Fisiologia da Alma, de Ramatís, um "ícone" no espiritismo. O livro segue a linha de perguntas e respostas (não é um romance espírita), e estou lendo agora o capítulo inicial, "A Alimentação carnívora e o Vegetarianismo". Ele também fala de outros vicíos como fumo e álcool, homeopatia, diagnose cármica do cancêr desde sua origem. Ele apresenta todos esses assuntos revelando os efeitos nocivos dos maus hábitos mantidos na vida terrena, ao espírito, depois de desencarnado. Há também capítulos sobre hipnotismo, ação cármica, iniciação ioga, passes magnéticos, e outros fenômenos que influem no perispírito.

Centro Cultural CEEE e a biblioteca O Continente.

Ahhh, Porto Alegre, tu acha coisa legal de fazer em qualquer dia! Continuando as voltas sem propósito ali pelo centro, depois de passar na Saraiva, passei mais uma vez na frente daquela vitrine legal com um carro antigo em exposição! Nunca tinha entrado ali, mas como eu não tinha mais nada pra fazer, fui visitar. O lugar é o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV)! Tem seis andares, por onde estão espalhadas exposições, a mais legal que tinha hoje achei a de uma pintora que retratou as belezas de cemitérios de Porto Alegre, os anjos, querubins, Marias, etc, que estão nos túmulos em homenagem aos mortos. Obras muito bonitas. Tem também o Museu da Eletricidade, com muitos objetos antigões, relacionados à energia, muito massa. E uma parede decorada por lagartixas (de plástico, claro), que eu achei o máximo! E tem um café que é a coisa mais lindinha do mundo! A esquemática toda lembra um pouco a Casa de Cultura Mário Quintana...

E tem também, no sexto andar, a Biblioteca O Continente. Nem preciso dizer que adorei!! É uma biblioteca pequena, não tem um acervo gigantesco, mas é aconchegante, bonitinha, organizada...e tem de fato bons livros! Na parte de literatura eles estão separados por país e também por gênero, e é bem variado! Tem literatura americana, argentina, colombiana, francesa, chilena...achei bons autores, tem George Orwell, Morris West, Poe, Shakespeare, Stephen King, Mario Vargas Llosa, e muitos que já esqueci. E também um graaande acervo de literatura brasileira. Mas eu adorei mesmo foi a organização!! Eles também tem uma boa quantidade de revistas, inlusive estrangeiras.

Ahh, fica a dica então, prum dia sem muito o que fazer, ir visitar o Centro, porque vale a pena!


(a parede de lagartixas ao fundo)

Não tem como não comprar!

Bom, quando eu digo pra me proibirem de entrar em livrarias, falo sério. Hoje em Porto Alegre tava passeando inocentemente e passei pela Saraiva, na Andradas, e logo passou o pensamento "ahh, que que custa dar uma olhada, ver o que tem de novo?" Custa muito, pra depressão que tu tem de não poder comprar tudo! haha Na minha atual condição eu não poderia comprar nem um marcador de páginas, mas tava passeando lá dentro vendo os livros de Química (um mais lindo e mais caro que o outro! *_*), me virei e me deparei com "Os Filhos de Hurin", do prof. Tolkien (sinceramente, já entrei na loja pensando em olhar esse livro..). Mas ok, R$ 69,90, não dava hoje, eu já sabia...mas ali do ladinho, bem do ladinho, me apareceu "As Aventuras de Tom Bombadill" *____*.

O atendente deve ter reparado minha cara de encanto, pq foi conversar comigo. Ele disse que o livro é realmente muito bom, obra prima. E tava BARATO!!!!! R$ 15,90!! Pensei um pouco, mas só pra gastar neurônio, era ÓBVIO que eu ia comprar. Esta edição possui duas traduções, e ainda o texto original em inglês, dá pra ler um pouco na contracapa. E é deste ano, mesmo. E ainda troquei uma ideia com o rapaz da Saraiva de nome estranho e bonito (Édipo, se bem lembro...), que me convidou pra ir mais lá pra ele me dar muitas dicas de leituras sobre mitologia Nórdica! Bah, valeu a pena!!


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