Buenas. Vai ser difícil de falar (ou escrever...) sobre este livro. Primeiro, ainda estou no segundo da série de 4 (aqui no Brasil...lá fora já são 5), e depois, por que ele é um tanto complexo, mesmo. Mas a gente tenta! Como não é do meu feitio, essa resenha não do tipo "resumo" (aliás, geralmente odeio isso). Gosto mais de falar das impressões e considerações que considero relevantes.
Só pelo Prólogo de A Guerra dos Tronos, já dá pra sentir um pouco como vamos ficar sem fôlego através do poderoso épico de George R. R. Martin. Mas o começo é meio decepcionante, parece que ele não está falando nada com nada, e a série interminável de apresentações de novos nomes, características, famílias e personalidades é cansativa. Mas se aprende a desapegar, porque depois tudo vai fazendo sentido e vamos nos acostumando. Digo isso como um incentivo, porque minha mãe parou nos primeiros capítulos e eu juro que tive essa vontade. Mas fui adiante, e foi recompensador.
O que toma parte nesse livro é a Guerra pelo Trono de Ferro, que governa os Sete Reinos de Westeros. Uma teia de intrigas e imprevistos entre famílias tradicionais é o miolo de tudo o que se passa.
Cada capítulo cria um novo enredo e um novo mistério. De fato, mistérios é o que não falta na novela épica de Martin. O fundamental do livro são as intrigas e oposições, os conflitos sobre honra e dever. A ambição também ganha um espaço considerável nas preocupações pessoais. E cada personagem vai se moldando, de forma profunda, sempre seguindo algum desses princípios morais (ou não tão cheios de moral assim). Cada pessoa na obra tem uma particularidade, e histórias profundas. Algumas vão se mostrando mais exemplares, e outras têm um caráter duvidoso, sempre escondido atrás de narcisismos notáveis. Muitas vezes, vemos a evolução da personagem, nos envolvendo e cativando. É difícil não se apegar a alguns papéis, e ficarmos emocionados com o seu desenvolvimento.
Daenarys |
Martin tem o dom de fazer de que de cada diálogo sobre uma dúvida ou uma faísca que vai gerar o incêndio, e surpresas são comuns, embora os personagens mantenham-se sempre no mesmo caráter pré-moldado (até agora). É honra até a morte, e que a morte nos tire a honra. Com duas ou três exceções, personagens muito bem elaboradas e intrigantes, geralmente sabemos o que podemos esperar das outras.
Passagens assustadoras e cheias de suspense também enchem algumas páginas com um certo louvor. Mas, incomum para mim até agora, nesse tipo de literatura, eram as infinitas citações às putas e bordéis. Nada contra, um pouco de sujeira para um mundo paralelo (posso chamar assim? Afinal, não é a Terra Média...) que mais remete à Idade Média (do mundo ordinário).
Críticas também às narrações de guerra. Na verdade, elas quase nem existem. A guerra só começa, e depois termina (até agora foi assim, praticamente).
John, Bran e Robb Stark |
Maaaas embora eu tenha achado alguns pontos fracos, de longe passa a ser uma obra ruim. É complexa, dentro da sua capacidade, e bem escrita, cheia de pegadinhas e humores, e recomendo a qualquer bom leitor com paciência. De fato, a literatura fantástica ficou renovadíssima e com um novo fôlego!
A HBO criou a série homônima, muito aclamada e de produção excelente, já estou viciada também. Rsrsr, mas algumas passagens deixam a desejar, e não, não é tão fiel ao livro assim. As imagens são retiradas da série.
Aconteceu o mesmo comigo quando comecei a ler Guerra dos Tronos. Ainda não conhecia muito bem (não conhecia nada na verdade rs) e a princípio achei um pouco cansativo, mas essa foi apenas a percepção inicial e logo me acostumei com a dinâmica do livro.
ResponderExcluirGostei da sua resenha!