Mais uma indicação para bons downloads. Tem bastante coisa mesmo, em grande parte textos e artigos libertários.
Para instigar, facilito dizendo que podemos baixar ali Aldous Huxley, Emma Goldman, Emile Durkheim, Guevara, Malatesta, Nietszche, George Orwell, Thoreau, Tolstói, Lenin, Bakunin, Oscar Wilde, Prouhdon, Kropotkin, entre outros menos conhecidos, nacionais e vivos, e mts artigos.
Sério, não deixa passar essa. hehehe
No país em que um mini livro custa 20 pilas e tais obras ainda são meio raras de se achar, tal acervo se faz necessário e útil.
Boas leituras.
Biblioteca Pública Independente
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Penso, logo, concluo.
A Pele da Alma
Do mesmo modo que os ossos, os músculos, as vísceras e os vasos sanguíneos estão envoltos por uma pele que torna suportável o aspecto do homem, assim também as emoções e paixões da alma estão envoltas pela vaidade: ela é a pele da alma.
O Sono da Virtude
Se a virtude dormiu, levantar-se-á com mais frescor.
Delicadeza da Vergonha
Os homens têm vergonha, não por terem algum pensamento vil, mas sim quando imaginam que se atribui a eles esses pensamentos vis.
A Maldade é Rara
A maioria dos homens está muito ocupada consigo mesma para ser má.
Transcrição de "Humano, demasiado humano", Nietzsche, 1878.
Do mesmo modo que os ossos, os músculos, as vísceras e os vasos sanguíneos estão envoltos por uma pele que torna suportável o aspecto do homem, assim também as emoções e paixões da alma estão envoltas pela vaidade: ela é a pele da alma.
O Sono da Virtude
Se a virtude dormiu, levantar-se-á com mais frescor.
Delicadeza da Vergonha
Os homens têm vergonha, não por terem algum pensamento vil, mas sim quando imaginam que se atribui a eles esses pensamentos vis.
A Maldade é Rara
A maioria dos homens está muito ocupada consigo mesma para ser má.
Transcrição de "Humano, demasiado humano", Nietzsche, 1878.
O Cristianismo como Antiguidade
Quando, numa manhã de domingo, ouvimos tocar os velhos sinos, nos perguntamos: como é possível? Isso diz respeito a um judeu, crucificado há dois mil anos, que se dizia filho de Deus! Falta a prova para semelhante afirmação. Certamente a religião cristã é, em nossa época, uma antiguidade, um vestígio de um distante passado, e o fato de que se possa acreditar nessa afirmação - enquanto, de outro modo, nos tornamos tão rigorosos na averiguação das afirmações - talvez seja a peça mais antiga dessa herança. Um Deus que gera filhos com uma mulher mortal; um sábio que recomenda não trabalhar mais, não julgar mais, mas estar atento aos sinais do iminente fim do mundo; uma justiça que aceita o inocente como vítima substituta; alguém que ordena a seus discípulos beber seu sangue; orações para pedir milagres; pecados praticados contra um Deus e expiados por um Deus; medo de um além, do qual a morte é a porta; a figura da cruz como símbolo, numa época em que já não se conhece o destino nem a ignomínia da cruz - que vento horripilante nos vem de tudo isso, como que saído do túmulo de um passado antiquíssimo!
Quem haveria de crer que ainda se acredita em semelhante coisa?
Capítulo 113.
Obra de Caravaggio |
Enfim...
terça-feira, 12 de junho de 2012
Literatura fantástica brasileira
Ótimo artigo, que fala sobre o surgimento da literatura fantástica brasileira, e de como esses autores têm de encarar ainda muito preconceito e ladainha.
A literatura brasileira é riquíssima e vasta, com grande clássicos consagrados mundialmente. Infelizmente, muita gente ainda tem a visão mesquinha de que é antiquada e deslocada - para não falar ruim.
É bom ver que mesmo em meio ao surto de estrangeirismos no Brasil, existem autores atualmente dedicados a levar nossa cultura adiante e de forma mística, ainda, além de facilitar o acesso à cultura pela sociedade.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Resenha "comparativa": Senhor dos Anéis x Guerra dos Tronos
Bem, não é difícil de achar por aí, textos que tentam
comparar, pôr em pé de igualdade ou menosprezar um a favor do outro, Senhor dos
Anéis (SdA) e Guerra dos Tronos (GoT)1. Sou fã adicta de Tolkien,
e leitora costumaz de fantasia, então também me encantei por GoT. Mas vou
tentar não ser tendenciosa ao SdA e ser justa – ok, justiça pode ser um
conceito individual, mas tentarei fazer nos meus termos.
- A se começar pelo uso da fantasia em si. Fantasia é aquela
obra que faz uso de personagens ou seres de caráter mitológico, nascidos da
imaginação do próprio autor ou tirados de lendas antigas. Pode ter importância
secundária, ou tomar dimensões inconcebíveis. Basicamente, é isto que difere as
duas obras.Tolkien usa a fantasia dentro da própria narrativa, o ambiente é
totalmente fantástico e a sua presença é constante e imprescindível. Sem tal
ambientação quase sem limites, muita
coisa perderia o sentido e o contexto. Já Martin, ao meu parecer, faz dela uso
secundário. Os seres fantásticos e mitológicos estão ali, para dar o toque
mágico, escuro ou tenebroso necessário para a impressão do leitor. Mas de modo
algum eles são o motivo da obra – ou pense
bem, os gramequins não fariam falta, e os Outros só servem, até agora, para dar
medo e fazer parte de um desenrolar de trama.
- Outra característica importante é a avaliação das
personagens, e vou me estender. Um livro só existe pq têm personagens, e
personagens só existem porque têm um fim e um começo – e nesse meio tempo, uma
evolução. E é a evolução que dá sentido pra tudo, não seria justo o Aragorn ser
Rei sem ter lutado, ou a Daenarys ter os dragões sem ter sofrido. O final pode
ser então a conquista do objetivo, ou obra da “justiça divina”, a redenção dos
pecados ou a punição, a morte, enfim. E cada personagem tem seu meio de chegar
até lá. Ambas estórias têm heróis e vilões. Mas Tolkien manipula (ou dá vida)
as personagens de forma mais pueril e suave. Elas sofrem, e têm sentimentos
humanos, mas geralmente é algo profundo, que faz tal pessoa se questionar, põe
em dúvida a missão. Digamos que Tolkien dá mais heroísmo clássico (?) nos infortúnios dos coitados, bem como a
recompensa é bela e grandiosa. Então, ao meu ver, as personagens se Tolkien se
aproximam um pouco mais do sagrado e não
são atormentadas por questões tão mundanas, são seres exemplares e geralmente
honrosos, um pouco mais de beleza e suavidade. Já as personagens de Martin, elas
me parecem arranhar, dão um sentimento mais forte de raiva, indignação, ou um
carisma maior – mas isso quer dizer que elas são mais humanas, portanto,
são mais sujas, apresentam mais conflitos éticos e essas coisas comuns, bem
como a presença comum de bordéis, sexo, homoafetividade, e sentimentos mais
feios são constantes, como a vingança má,
e o desejo de cabeças rolando por puro prazer – aliás, o prazer move muitas
coisas ali, esse desejinho incoerente, rsrs. Até mesmo as personagens más do Tolkien
são mais grandiosas e espertas – desde Morgoth que f**eu com tudo, até Saruman
(seu faxineiro, rsrs), que em humilde simplicidade constrói aberrações inumanas
mortais. Porém, parece-me que Martin trabalha um pouco mais toda essa
inconstância humana e espírito de almas.
Série de livros de G. Marin (Foto: Amazon)
- complexidade e coerência da obra. Bem, até que não dá pra
falar muito em coerência quando o assunto é Tolkien. Mas complexidade dá. Os terrenos
de ambientação são inigualáveis. Tolkien moldou três eras longas e recheadas de
mitos, lendas, heróis e anti-heróis, bem como explicou em epopeia o nascimento
do mundo e de cada ser habitante da “atual” Terra Média. Confesso não ser
perita em Martin. Mas até hoje nunca ouvi falar sobre como Westeros surgiu, ou
da onde vieram os Outros. Existem passagens que tentam explicar e dão sugestões
sobre o passado remoto de seu mundo, dando a ilusão de que um dia tudo vai se encaixar.
Mas não. São passagens vagas e tu fica: “tá, e daí, o que veio depois?”,
contrastando com toda a riqueza de detalhes e sofisticações tolkenianas. Além
das línguas de Westeros, que sabemos que existem, mas até agora, nada mais2.
Mas sobre Sindarin e Quenya existem quase dicionários deixados por Tolkien. Na
realidade, não creio existir obra tão complexa quanto a história de Arda/Terra
Média e seus povos.
Confesso que tentei ser imparcial, mas talvez não tenha
dado. Minha predileção por tolkenidades é visível e tá explodindo do texto. Mas
nem de longe eu quis falar mal ou depreciar GoT. Estou adorando a série, é envolvente e
tudo o mais. Podem ler as resenhas abaixo ;)
E no fim, para não ficar no vácuo, a maior constatação de
todas: não dá para comparar o incomparável – sem querer dizer que uma é melhor
que a outra, porque elas são DIFERENTES, cada qual tem qualidades únicas e memoráveis. Acho que isso põe um ponto final, não
é?
Quem tiver objeções, manifeste-se.
Notas:
1. Por SdA identifico toda a obra tolkeniana, Silmarillion e etc. Li apenas até o segundo livro da série As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, da qual o primeiro livro é o Guerra dos Tronos - mas vou continuar - são 5.
2. Justamente por não ter terminado a série d'As Crônicas não posso afirmar que não existam explicações maiores e adendos. Mas até agora, não li a respeito - o que pode ser um engano confesso.
sábado, 9 de junho de 2012
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